Wimbledon. "É bom para o nosso esporte": Alcaraz - Sinner, a final moderna

O sérvio de 38 anos, o último jogador ativo no "Big Three", foi eliminado na sexta-feira em três sets e menos de duas horas por Sinner, um de seus clones nas quadras, porém mais jovem e arrojado. Alcaraz levou quase uma hora a mais para afastar a ameaça de Taylor Fritz ( 5º ) e chegar à sexta final de Grand Slam de sua jovem carreira, a terceira consecutiva na grama inglesa.
Os quatro grandes torneios se tornaram um privilégio particular para esses jovens reis da bola amarela: eles dividiram os últimos seis títulos em partes iguais, aguardando o sétimo no domingo. Mas Sinner não quer nem ouvir falar de um novo duopólio no mundo do tênis. "Não podemos comparar com o que os 'Três Grandes' fizeram por mais de quinze anos. Seis torneios do Grand Slam equivalem a um ano e meio, ainda não está no mesmo nível."
O atual chefe do ATP Tour, no entanto, reconhece que sua disciplina precisa estar animada com novos duelos: "Acho que é bom para o nosso esporte. Quanto mais rivalidades tivermos, melhor será, porque as pessoas querem ver os jovens jogadores competirem."
Alcaraz compartilha essa visão e se vê assumindo o lugar dos mais velhos. "Espero que façamos muitas coisas, ou continuemos fazendo o que precisamos fazer, não sei, pelos próximos cinco ou dez anos, para que nossa rivalidade seja a mesma daqueles jogadores", disse ele na sexta-feira.
"Carlitos" lidera atualmente seus confrontos com Sinner com oito vitórias a quatro. O mais recente, no início de junho, ainda está fresco na memória de todos. Os beligerantes trouxeram um sopro de ar fresco às quadras de saibro de Roland-Garros, com duração de 5 horas e 29 minutos e cinco sets, a final mais longa da história do torneio parisiense. O espanhol, encurralado, salvou três match points no terceiro set antes de encenar uma reação heroica. "Foi a melhor partida que já joguei. Não me surpreende que ele tenha me levado ao limite", relembrou o vencedor, que espera outra batalha no domingo. "Só espero não passar mais cinco horas e meia em quadra", sorriu, antes de continuar: "Se for preciso, farei."
O murciano acredita não ter vantagem psicológica sobre o italiano. E este último afirma ter digerido a decepção de Paris com bastante descanso, churrascos e partidas de pingue-pongue com os amigos. "Se tivesse ficado na minha cabeça, imagino que não estaria em condições de jogar outra final", disse ele, travesso.
O número 1 do mundo disputará sua quarta final consecutiva de Grand Slam, mas prefere lembrar que é a primeira vez no gramado sagrado do All England Club, para melhor passar o título de "favorito" ao seu segundo colocado no ranking da ATP. "Ele venceu aqui duas vezes seguidas e está de volta à final", listou Sinner. "É muito difícil vencê-lo na grama, mas eu gosto desses desafios."
"Acho que dou uma pequena vantagem ao Carlos", disse Novak Djokovic, "porque ele ganhou dois títulos e devido ao seu atual nível de jogo e confiança."
SudOuest